O Blog da Escorregadela intelectual (versão 2.0)

27
Jan 09

Barack Obama entrou na sua segunda semana presidencial empenhado em acabar com a dependência do petróleo e em combater activamente a emissão de gases de efeito estufa. Ao avançar com a proposta de decretos que rompem totalmente com a posição da anterior administração, Obama procura, de uma assentada, lançar as bases para o combate efectivo ao aquecimento global. Sem medo dos lobbies, os decretos obrigam à construção de automóveis menos poluentes até 2011 e permitem aos Estados a imposição de limites rigorosos nas emissões de gases. A Califórnia, um dos Estados mais afectados pela poluição, já tornou público o seu apoio a estas novas medidas. Outros deverão segui-lo. Assumindo que estas medidas chegam a bom porto, os E.U.A. dão um passo ambiental gigante. Será que é desta que alguém bate o pé ao monopólio do petróleo? Esperemos que sim, que este seja o início de uma tendência e o primeiro passo no sentido de substituir radicalmente os derivados do petróleo enquanto fonte combustível. As sociedades modernas (e o planeta) não podem continuar a dançar ao ritmo do barril...

Mr. White às 15:28

8 comentários:
pena não ter ouvido o Obama dizer que finalmente o EUA irão aderir e respeitar o acordo de Quioto! Essa sim, seria uma medida de responsabilização! Afinal de contas trata-se do país que mais polui o globo!
Talvez valesse a pena convidá-lo a conhecer algumas medidas já levadas a cabo nalguns municipios portugueses, nomeadamente em Cascais, que por exemplo, utiliza carros hibridos em grande parte da sua frota, entre outras medidas que me orgulham de ser Cascalense!
Deixo a sugestão de o convidarem a conhecer CASCAIS, quando vier buscar o seu cão de água! Com jeitinho pode ser que o AirForce One consiga aterrar em Tires!
O ideiota! a 27 de Janeiro de 2009 às 16:30

"O ideiota" tem toda a razão! Não basta ser popularuço! terá de ser consequente! E para já, este é um bom exemplo de politica pouco consistente!
Quanto a Cascais, não conheço mas se assim for, estão de parabéns e com sorte! Na terra onde vivo, bem longe de Cascais, infelizmente a questão ambiental ainda não é uma prioridade, nem politica, nem social. Julgo até que o que depositamos nos ditos ecopontos têm o mesmo destino do conteúdo dos vulgares caixotes do lixo!
Paulo Garcia a 27 de Janeiro de 2009 às 16:45

OLHE QUE NÃO, MEU CARO. OLHE QUE NÃO!
ARFP a 27 de Janeiro de 2009 às 18:10

Não vislumbro um grande futuro ao Obama. Travar uma guerra com os barões do petróleo pode custar-lhe caro. Espero que tenha o caminho bem traçado e só lhe posso desejar muita sorte! Nós, neste cantinho mais perto da costa americana que qualquer outro país europeu, agradecemos a sua coragem! Nós que pagamos a gasolina e o gás a peso de ouro, só iremos ganhar com isso. Nós que dependemos para qualquer mudança, das vontades dos países todos os poderosos, só temos de estar atentos a estas mudanças. Se em Cascais já é assim, os outros politicos que aprendam também as boas iniciativas e as medidas corajosas já tomadas! Assim, não corrrem o risco inerente à iniciativa e inovação. Mas podem sempre ir à boleia! As grandes medidas são tomadas também por aqueles que as decidem e não só por quem se lembra delas! Quando os politicos perceberem que o que está em causa é o futuro (sustentado) do globo, deixarão de olhar só para o seu pequenino pelouro! São esses politicos e líderes que fazem falta! Se os EUA já conseguiram eleger um desses politicos, espero que também nós tenhamos a coragem de o fazer, afinal de contas aproximam-se 3 eleições decisivas para o país e para a Europa! Se não for agora, só daqui a 4 ou 5 anos teremos uma nova oportunidade!
José da Boa Fé a 27 de Janeiro de 2009 às 17:18

Sou daqueles que acredita na eficácia de tal medida e a coragem, determinação do novo Presidente do Mundo Ocidental merece para já toda a nossa admiração e apoio. Sou defensor do meio ambiente, por vezes até à irracionalidade da discussão. Defendo que é uma questão de educação mais do que cultural. Só alterando a forma de pensar se consegue mudar a cultura. Defendo também que é uma luta de politicas dificeis, onde não basta a simples e mera vontade de mudar e por isso, só sairá vencedora com persistência, com fortes argumentos mas de fácil entendimento, e que deve ser direccionada para os mais jovens! São eles que mudam o mundo e as formas de pensar e agir. São eles que hoje re-educam os seus pais e restante familia. Se os nossos "pequenotes" olharem para o Obama como uma referência daquilo que aprendem na escola a respeito de ambiente, estou certo que é uma luta que venceremos. Por um ambiente melhor e mais equilibrado, felicito e agradeço a este blog pela atenção e referência à noticia!
JDC a 27 de Janeiro de 2009 às 17:43

Queira Deus que ninguém o silencie...
De cada vez que o Senhor fala (não pensem que é ironia...para mim, é mesmo um Senhor e com "S" grande)...lembro-me sempre dessa insigne figura da política portuguesa, Francisco Sá Carneiro. Espero, sinceramente, que não tenha nenhum acidente de avião!!!!
Ainda não há muitos dias, tive que escrever um ensaio a respeito desta questão da dicotomia entre desenvolvimento Económico e Sustentabilidade Ambiental...
Aliás, aos interessados, recomendo vivamente algumas leituras sobre modernidade, globalização, e sobre um fenómeno muito interessante que Anthonny Giddens eminente sociólogo inglês e ex-assessor do 1º ministro britânico Tony Blair (que por sua vez estará em Cascais em Maio, nas conferências do Estoril), e de Ulrich Beck , sobre as suas teorias da modernidade reflexiva que, sem grande esforço, nos remetem para esta interessante dicotomia ...
A propósito, um passarinho contou-me que muito em breve, poderemos assistir, igualmente em Cascais, a um interessante debate, sobre este tema...infelizmente não com A Giddens , mas certamente interessante.
Em breve, e quando o tal "passarinho" cantar mais, eu aviso e desde já, vos desafio a assistir!
Votando ao tema em apreço, e ainda a respeito de Cascais, e do tal ensaio que escrevi, tomo a liberdade de vos deixar um cheirinho, até porque, o tal bom exemplo de Cascais tem "dono" e foi exactamente por ter lido uma entrevista do "dono" desse bom exemplo que escrevi o tal ensaio.
Um cheirinho de Giddens : "Para Giddens vivemos uma fase da modernidade em que o relacionamento dos indivíduos em sociedade se alterou profundamente. Passámos de um período marcado pela modernização simples, em que a evolução parecia um processo previsível, para um momento da história da humanidade em que o futuro se torna pouco previsível e em que as escolhas e actos do presente têm uma margem de risco muito grande. A modernidade permitiu ao homem ter ao seu alcance uma vida com mais conforto e com múltiplas possibilidades de desenvolvimento, ao mesmo tempo que potenciou a destruição do meio ambiente.
E é exactamente daqui, que parto para o meu raciocínio. Felizmente que o Sr Obama percebeu e pelos vistos quer demonstrar na prática que os riscos que desta destruição advém, tal como U. Beck defendeu, são escorregadios, têm dimensões não materiais e têm igualmente uma potencialidade de destruição a longo prazo e uma tendência para se universalizar (é caso para perguntar: onde é que têm andado os Obamas deste mundo?).
Assim sendo, e para abreviar sempre vos digo que o que se tem feito em Cascais, pelo que tenho lido e ouvido, não é mais do que ter esta noção e perceber que o que o homem fez (no caso de mal) só o homem pode mudar... aliás, não é de hoje que sabemos que a evolução da sociedade depende da acção do homem - logo, se ele agir mal, ela evolui mal.
E tal como já tive oportunidade de escrever no tal ensaio, sempre que um responsável político age em conformidade com as necessárias rupturas com os sistemas tradicionais de fazer política, não está a fazer mais do que, reflexivamente, agir pela consciência de que, como estamos não podemos continuar e que os responsáveis políticos têm um potencial multiplicador de influenciar novas práticas que, se bem aproveitado, só pode dar bons resultados. Em suma, pode assim afirmar-se com segurança, que o papel dos responsáveis políticos é claramente assumido de modo a condicionar todos os agentes que de si dependem, ou todos aqueles que podem ser directa ou indirectamente influenciados pela sua acção.
É porventura dos casos onde melhor se evidencia a diferença entre ocupar o poder ou exercer o poder, ou seja, o melhor exemplo dos novos paradigmas de acção política – uma acção que pretende alterar comportamentos e práticas visando a necessidade de manter relações de equilíbrio entre os factores de desenvolvimento económico e o equilíbrio e sustentabilidade ambientais.
Em conclusão, que Deus dê ao Sr Obama , força, coragem e "longevidade" para de facto mudar.

Savora a 27 de Janeiro de 2009 às 19:00

Sávora, fiquei muito elucidada ao ler o seu comentário! Uff.... Deve ser porfessor catedrático e daqueles que fala pelos calcanhares! Anyway, valeu e venham mais discussões deste nível! É bom aproveitar o intervalo da manhã a viajar por aqui!
Irene a 28 de Janeiro de 2009 às 12:43

Yes, we can!
Mostarda a 28 de Fevereiro de 2009 às 11:03

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