O Blog da Escorregadela intelectual (versão 2.0)

28
Jun 11

MED não quer dizer Música e Diversão como indica o título deste post, mas bem que podia ser! Ms. Brown, mais uma vez, foi a este Festival de Músicas do Mundo que anualmente se realiza na cidade de Loulé, uma cidade de gentes simples, simpáticas e grandes anfitriãs! Ms. Brown já se sente em casa sempre que ruma a Loulé, tal a recepção que tem, para além dos amigos que já fez.

Apesar da crise, o cartaz do Festival MED prometia e cumpriu - foi um grande Festival. Apostando mais na "prata da casa", nomes como Sean Riley & The Slowriders, Luísa Sobra, Batida, Noiserv ou Frankie Chavez (só para mencionar os concertos que Ms. Brown assistiu) sobressaíram do cartaz. Outros nomes nacionais tocaram (e possivelmente encantaram) no Festival mas cujos concertos Ms. Brown não conseguiu assistir. Nomes como Márcia, Nuno Rancho, Amar Guitarra Duo, Migna Mala, Lula Pena (pela segunda vez Ms. Brown falha o seu concerto!), Nobre Ventura, Quartetum, António Zambujo, Eroscópio, Marrokan, Godai Project, Toca Tintas, Josué Nunes, Muda As Maria, Os Golpes, Al Mouraria, Orquestra do Algarve, The Soaked Lamb, Caldas Hand Saw Massacre, Clube Conguito, César Matoso, Carla Pontes e Jefferson Mello, Pinto Ferreira, Tâmara, Orginal Electro Groove e FunkyBoysGroove.

Definitivamente, o MED virou-se para dentro e para os grandes nomes de músicos e de grupos de músicos que vão pespontando no panorama nacional. E, definitivamente, foi uma aposta ganha! O MED não perdeu assistência; Ms. Brown crê que até ganhou mais comparativamente com o ano passado. O que indica como este Festival começa a fazer parte da rota dos festivais nacionais de música no período de Verão.

Ms. Brown saiu directa do seu trabalho em Lisboa na 4ª feira para o MED. Lá chegada, já a horas bem avançadas, assistiu ao último concerto do dia, de Muchachito Bombo Infierno, um grupo basco com uma música electrizante e dançante, que tinha a particularidade de ter entre os músicos um artista que pintou um "mini-mural" (magnífico por sinal) enquanto o concerto decorria (aliás o concerto só terminou quando a pintura acabou!). Nada mau para o 1º dia, mesmo com a frustração de ter perdido o concerto de Lula Pena.

No 2º dia, Ms. Brown destaca dois grandes concertos, totalmente opostos no estilo, mas muito bem conseguidos: (i) Sean Riley e os seus Slowriders foram estupendos. A sua musicalidade e as letras revelam um grupo português maduro e com possibilidades de singrar no estrangeiro; (ii) Seun Kuti & Egypt80, vindos directamente da Nigéria que com sons funk e africanos puseram o público a vibrar.

No 3º dia, foram 3 os concertos que captaram a atenção de Ms. Brown. O 1º de Luísa Sobral que, acompanhada de 3 músicos, cantou, tocou inúmeras violas e guitarras, contra-baixo, interagiu com o público, enfim, one woman show! Grande voz e as suas músicas são fantásticas. Infelizmente, por causa da sobreposição de horários, Ms. Brown não viu o concerto até ao fim, e ainda bem, porque, dali foi para um dos, se não o melhor, concerto do MED, com George Clinton &Parliament/Funkadelic. Que concerto! Ritmos funks, tipo anos 70, muitos músicos e performers em palco, que dançavam, cantavam, actuavam, tudo sob a batuta de um grande George Clinton, músico já de alguma idade, mas genial! Um espectáculo inigualável. Mas, como se não bastasse este espectáculo de luz, cor, música e dança, para fechar a noite, o MED tinha reservado "Batida"! Ms. Brown já tinha assistido a um concerto deste grupo luso-angolano no Superbock em Stock, no mês de Dezembro, em Lisboa, e por isso já não foi surpreendida pela loucura de concerto, mas às primeiras batidas de kuduro electrónico, o seu corpo não mais parou e foi dançar até ao final do concerto. Uma grande noite, sem dúvida!

No último dia, Ms. Brown assistiu a um concerto (calmo) de Frankie Chavez que é português e tem um estilo muito semelhante ao de Jack Johnson ou Ben Harper (toca a viola da mesma forma que este músico), e não pareceu trazer nada de novo para o festival. Talvez porque fosse início da noite, talvez porque ao fim de 3 noites o cansaço já fosse grande, Ms. Brown não ficou fã. Mas, já gostou e dançou ao som da música cigana de Balkan Brass Battle que integra a banda da família Boban e Marko Markovic e a já bem conhecida banda Fanfare Ciocarlia. Os sons dos trompetes e saxofones, a música muito ao estilo de Kusturika, uma música alegre, tiraram Ms. Brown do seu torpor e fizeram-na dançar. A encerrar a noite (de Ms. Brown), o concerto dos Afrocubism que alia músicos do Mali e de Cuba. Naturalmente, uma música dançante à qual Ms. Brown não ficou indiferente.

Por fim, de se assinalar que o espaço do MED, no centro histórico de Loulé está muito bem conseguido e faz com que as pessoas conheçam esta parte da cidade, pois os palcos estão divididos entre vários pontos que obrigam os festivaleiros a andar de um lado para o outro, por ruas de calçada antiga, propensas a lesões nos pés, coloridas com arte de rua e as barracas de artesanato, típicas deste tipo de festivais. Com o decorrer dos anos o MED está mais organizado, e não se viram as confusões que existem noutros festivais. Quem levou carro tinha estacionamento nas imediações, não havia filas para a compra dos bilhetes, ou para as comidas (e por filas entenda-se enormes filas...há sempre fila mas nada de extraordinário).

Loulé está de parabéns e Ms. Brown só espera que o MED dure no tempo e que consiga renovar-se todos os anos mostrando os vários tipos de música, gastronomia, arte e cultura que existem no mundo. Até para o ano MED...

Ms. Brown às 18:59

20
Jun 11

No passado sábado, Ms. Brown teve um programa de lazer que aconselha aos viajantes (salvo a última parte do programa que mais adiante será referida!).

Ms. Brown, juntamente com um grupo de amigos, na tarde se sábado, foi andar no mítico eléctrico 28 que faz a viagem entre os Prazeres e o Martim Moniz, passando por bairros lisboetas como a Lapa, Bairro Alto, Alfama, Graça... Foi sem dúvida uma tarde bem aproveitada e divertida. O tempo convidava a uma ida à praia, mas Ms. Brown optou por este passeio citadino e não se arrependeu.

A viagem começou junto ao cemitério dos Prazeres - por si só já motivo para uma visita pois contém jazigos históricos e é um exemplo congregador de vários estilos arquitectónicos (é verdade!). Daí, o eléctrico atravessa parte de Campo de Ourique (R. Silva Carvalho) e entra pela Lapa até S. Bento. Depois, mete-se pela Calçada do Combro, ao som de "Cheira bem, cheira a Lisboa" cantado pelo grupo de Ms. Brown, passa por Sta. Catarina (na viagem tem-se um vislumbre do elevador da Bica) e chega ao Largo Luís de Camões. Aqui vê-se uma Lisboa turística, quase sem moradores locais e a cheirar a cremes protectores e a falar inúmeras línguas. A viagem continua pela, anteriormente má-afamada, R. António Maria Cardoso (onde era a sede da PIDE) e agora rua do Teatro de S. Luiz. Seguindo viagem pelos trilhos do eléctrico, desembocamos na Baixa pombalina, que fervilha de gente e animação de rua. Seguimos em frente e passamos a Igreja da N.ª Senhora da Madalena. Iniciamos a subida até à colina do Castelo de S. Jorge, passamos a Sé e estamos dentro de Alfama. O eléctrico chia e sobe a rua ígreme e passa o Centro de Estudos Judiciários (conhecido agora pelas más razões), ex-prisão do Limoeiro, passa o miradouro de Santa Luzia e, por causa de um autocarro de turismo que faz manobras complicadas , o eléctrico, para gáudio de Ms. Brown, detém-se nas Portas do Sol. Aqui Ms. Brown aproveita para apreciar a paisagem e tirar inúmeras fotografias. Lisboa é sem dúvida uma das cidades mais bonitas do mundo, com uma luz e cor sem igual! Findas as manobras, o eléctrico segue caminho, passando pelo Teatro Romano, Igreja de S. Vicente de Fora, Voz do Operário, chegando ao Largo da Graça. Aqui Ms. Brown e os seus amigos apeiam-se e passeiam-se, deixando o eléctrico seguir o seu caminho até ao Martim Moniz.

No bairro da Graça, Ms. Brown e os seus amigos vão até uma tasca tipicamente lisboeta, onde se canta o fado castiço e quem quiser fazê-lo avança sem medos! Saem uns pastelinhos de bacalhau e umas imperiais a preceito. Ouvem-se os fadistas "ad hoc", grita-se "ah fadista" "ah boca linda", "ah riqueza da sua mãezinha", e os turistas regozijam com tais manifestações populares! É a vez de uma das raparigas do grupo de Ms. Brown avançar para o meio da tasca. Coloca as mãos junto ao ventre e solta a voz. Os ouvintes acompanham com "laralás" e está feito o sucesso. AH FADISTA!

As cantorias acabam e está na hora de avançar para outro local. Ms. Brown desce por Alfama, agora com um grupo mais pequeno, os que não temem o que vem a seguir - concerto de Tony Carreira nos Restauradores!

Pois é, caros viajantes, Ms. Brown aventurou-se pelo mundo do Tony Carreira e da sua trupe de fãs incontroláveis. É o povo mais genuíno!

Em dia de pic-nic e celebração da produção nacional, Tony Carreira canta (e desafina) e encanta os seus fãs! A Praça dos Restauradores, outrora cheia de turistas, está cheia de gente das camadas mais populares. Todos de mãos no ar, todos a cantar os grandes hits do cantor, tudo ao rubro. Ms. Brown não ficou até ao fim, mas conseguiu perceber o fenómeno em torno deste cantor, que vindo de raízes humildes, as canta e faz com que as pessoas se identifiquem com ele.

Sem dúvida foi uma tarde bem divertida e bem passada que Ms. Brown recomenda vivamente.

Lisboa é uma cidade cheia de coisas para ver e se fazer e nada como ser uma lisboeta turista em Lisboa!

 

Ms. Brown às 10:49

16
Jun 11

Ms. Brown está preocupada!

1ª Preocupação:

137 Auditores da Justiça (vg. candidatos a magistrados/juízes) foram apanhados a copiar em 2 exames de acesso à profissão. Mas, como se não bastasse, os responsáveis pelo Centro de Estudos Judiciários (instituição responsável pela formação de magistrados/juízes), apesar de terem detectado tal irregularidade (como lhe chamaram), atribuíram, ainda assim, nota 10 aos examinandos. Além deste escândalo, a justificação agora apresentada, raia a insanidade mental, pois tais responsáveis justificam a atribuição da nota com o facto de não terem tempo para fazer novos exames! Senhores e que tal DESCLASSIFICAÇÃO de tais candidatos?! Ms. Brown, ao que sabe, há requisitos mínimos essenciais para o exercício da magistratura (judicial ou MP), sendo que tais deverão passar por: (i) licenciatura em Direito; (ii) honra; (iii) probidade; (iv) dignidade; (v) credibilidade; e, aduz Ms. Brown, atentos os exemplos que tem visto em alguns tribunais, inteligência e clarividência, bem como conhecimento da prática e da realidade diária.

Isto é VERGONHOSO! Como poderão estes candidatos a magistrados exercer a sua profissão, julgar os outros, condenar os criminosos, tendo esta situação no seu curriculum? Bem esteve o Bastonário da Ordem dos Advogados ao denunciar e criticar esta situação. Todos os 137 candidatos deveriam ser desclassificados e impedidos de aceder ao exercício da magistratura!

2ª Preocupação:

Onda de indignação nacional e europeia que é cada vez maior e as cargas policiais. Diariamente chegam notícias de que há mais desempregados e de que as pessoas estão fartas das políticas económicas que cortam a eito todos os direitos sociais. As pessoas têm o direito a sentirem-se indignadas, pois os verdadeiros responsáveis nada assumem e imputam à população comum todas as responsabilidades pela crise. Em Espanha foi o que se viu nas Portas do Sol, em Madrid. Mas se aí até as coisas foram pacíficas, o mesmo já não se pode dizer em Barcelona, em Lisboa e em Atenas, onde a polícia decidiu que a melhor forma de calar as vozes indignadas é bater, usar a força, usar gás lacrimogéneo, prender e ameaçar. Ms. Brown concorda com aquele cliché que diz que a Força da Razão é maior que tudo e que prevalecerá sobre a força física e completamente desnecessária!

Mas, a situação é preocupante, quer porque cada vez há mais povos indignados por essa Europa fora, quer porque a classe política parece impotente para resolver a crise. É urgente encontrar uma solução! É urgente encontrar quem esteja disposto a meter o dedo na ferida, a cortar as regalias dos principais causadores da crise (instituições financeiras) e a salvaguardar os direitos sociais, que mais que não são do que o direito a uma vida digna e condigna!

3ª Preocupação:

A pobreza é cada vez mais patente! No espaço de 2 dias, Ms. Brown foi confrontada à porta de sua casa e no café onde estava, por pedintes jovens que pediam comida... não pediam dinheiro, mas sim comida! E sempre que anda na rua, vê-se cada vez gente a pedir, ou a mendigar (e Ms. Brown não fala dos pedintes profissionais que vêem da Roménia). A crise está aí e ainda é só o início. Ontem, o responsável pelas misericórdias falava que a antiga classe média vai agora comer às suas cantinas. Dizia ainda que as pessoas têm vergonha, que comem depressa e de cara escondida, muitas vezes voltadas para a parede. Tudo isto consequência das políticas de "levem tudo, gozem tudo, não se preocupem com o pagamento". Ms. Brown está revoltada porque sabe que pouco consegue fazer para ajudar, mas está mais revoltada porque tem consciência que os verdadeiros culpados nunca serão julgados nem condenados por isto! O crédito fácil, o pagamento a prestações, as viagens a crédito, as segundas casas, os carros (um para cada membro da família), tudo não passou de "tapar o sol com a peneira". A tão falada riqueza do nosso país era falsa, todos viviam de ilusões! Agora, sejam bem vindos à realidade, pura e crua! Não há dinheiro!

4ª Preocupação:

A onda de violência. Num curto espaço de tempo, um homem barricou-se em Quarteira, um turista foi morto, outro estava em vias de ser assaltado quando a polícia chegou, ontem alguém tentou assaltar a caixa de multibanco instalada numa junta de freguesia fazendo explodir bilhas de gás (conseguiram destruir a junta com a explosão, mas não conseguiram assaltar a caixa de multibanco!), houve vários assaltos a caixas de multibanco, adolescentes agridem-se violentamente e publicam no Facebook, etc...

O país está a ferro e fogo! No Algarve, o maior destino turístico de Portugal, não há segurança. O consulado britânico já emitiu avisos. Um pouco por todo lado, há assaltos, mortes, agressões. E não se vê o fim a isto.

5ª Preocupação:

Apesar da crise política, das queixas que se ouviram sobre o anterior Governo, de toda a situação portuguesa, 41% da população decidiu não ir votar! Assim, como é que as coisas mudam, se quem tem poder para as mudar não se interessa?

 

E muitas mais preocupações haverão e terão os viajantes. Comum a quase todas estas (com excepção da 1ª) é a crise. A falta de dinheiro traz a instabilidade social e, consequentemente, a violência. Esperemos que rapidamente Portugal volte a ser o paraíso de outrora...

 

Ms. Brown às 16:05

07
Jun 11

O PSD do PPC lá ganhou, o PP também pareceu feliz e contente, o Louçã engoliu um grande sapo, o Jerónimo manteve-se à tona da água, e o Sócrates...bom esse, tem como segundo nome "Narciso" e para ele só há espelhos a reflectir a sua esbelta, magnífica e soberba imagem!Aliás soberba é algo que nunca lhe faltou, mas no plano depreciativo da mesma!

As eleições legislativas já não são como antigamente!... antes era ver o nervoso miudinho de todos, era ver as multidões na parte de fora das sedes de campanha, era ficar até de madrugada à espera dos resultados eleitorais, era ver o Marquês de Pombal cheio de gente (agora só quando o SLB é campeão!). As eleições perderam a sua graça... mas também os políticos perderam graça e nem engraçados são!

Antes ouviam-se discurso inflamados, produtos de um domínio da retórica e de uma eloquência da velha escola; hoje, papagueia-se muito, fala-se de nada e de coisa nenhuma e todos ganham no final! Antes havia derrotados que assumiam as derrotas com humildade e os vencedores festejavam e não eram arrogantes nem desculpavam o mal do mundo com a actuação política dos outros. Antes os políticos tinham experiência de vida, tinham estudado, trabalhado, ingressado no meio partidário e político porque acreditavam nas ideologias. Hoje temos políticos a licenciarem-se aos 37 anos, a terem feito carreira nos partidos sem nunca terem trabalhado, a tirarem cursos sabe-se lá como, sem qualquer tipo de experiência da vida prática. São produtos das máquinas partidárias, não lutam por ideologias mas sim por interesses pessoais.

A política deixou de ter interesse!

E daí que se justifique tamanha abstenção nas eleições que agora ocorreram. Quase 42%?!! Inimaginável há 20 anos atrás, onde quem ia votar acreditava que o seu voto podia mudar alguma coisa, porque acreditava nos políticos! Hoje em dia as pessoas já sabem de antemão que há uma rotatividade no poder, que ora se é rosa ora se é laranja; igualmente, o desinteresse é de tal ordem que as pessoas preferem continuar a rotina da sua vida ao invés de se deslocarem à mesa de voto. "Para que é que vou votar?!" é o que se mais ouve da boca dos abstencionistas. E aqueles que acreditam ainda no voto, que têm consciência que o seu exercício é um poder-dever, que acreditam nas instituições nada podem fazer ou responder perante tal pergunta, pois cada vez mais os políticos descredibilizam a política! Talvez até lhes interesse esta abstenção...

Mas, enfim!, lá venceu o PSD e pelo que se sabe PPC será indicado para assumir as rédeas da governação deste país à deriva!

E agora?

Agora PPC que vais fazer? Há um programa da "troika" para cumprir; não há margem de manobras para grandes folias nem para grande desatinos financeiros; terás de te rodear de gente competente, que se sacrifique em nome do interesse nacional; terás de cumprir os compromissos assumidos previamente (nos quais tiveste intervenção como líder do maior partido da oposição, não te esqueças!). Conseguirás almejar o sucesso em tais tarefas hercúleas?! Ou serás mais um "flop" e daqui a 2 anos estaremos novamente a ser chamados às urnas?

Como diria o saudoso mestre Vitorino Nemésio "se bem me lembro..." nos últimos 20 anos tivemos 2 legislaturas que chegaram ao fim dos 4 anos (de 1995 a 1999 com António Guterres e de 2005 a 2009 com José Sócrates), de resto tivémos governos temporários, com líderes a fugir, a serem demitidos ou a apresentar a demissão...

Por isso, a pergunta que se impõe: E AGORA?...

 

Ms. Brown às 18:48

03
Jun 11

Caros viajantes, Ms. Brown tem estado arredada do blog e por isso pede desculpas, mas a disponibilidade não tem sido a maior pois o seu trabalho tem-lhe consumido muito tempo. Se por um lado é bom, por outro lado, este pequeno prazer de escrever tem ficado posto de parte.

Apesar de ser sexta-feira, dia da rubrica semanal sobre programação para o fim-de-semana, Ms. Brown não vai apresentar as suas propostas de lazer, falando somente sobre algo importante que vai acontecer este fim-de-semana - as eleições legislativas.

Como mote para o fim-de-semana, Ms. Brown diz que todos os viajantes deverão ir votar, mas em consciência, sabendo o que o seu acto representa para o futuro deste país.

Ms. Brown foi educada para ter consciência política, para se interessar pela política e por isso nunca pensou em não votar, pois para Ms. Brown, mais do que um direito (duramente conquistado!) é um dever cívico. Lá diz o velho dizer "o voto é a melhor arma do povo". É através do voto que o povo tem possibilidade de punir que não o representou da melhor forma, de eleger quem considera ser o melhor representante e de dar o benefício da dúvida quando considera que ainda há coisas para serem feitas e que o tempo não possibilitou que fossem feitas.

As eleições que agora chegam são consequência de uma crise política originada por uma crise económica que tem assolado Portugal. Ms. Brown não usará o blog para apontar culpados por essa crise política e económica, pretende somente chamar a atenção do viajante para a importância das eleições (qualquer uma é importante) e para o facto de a abstenção não ser solução.

Ms. Brown tem plena consciência em que partido vai votar, mas muitas pessoas não estão suficientemente esclarecidas. Por causa de falta de esclarecimentos, de alguma ignorância e alheamento político, muitas pessoas não sabem que as legislativas, ao contrário das presidenciais, não são um voto sobre uma pessoa, mas sim sobre um grupo de pessoas, integradas ou não num partido, que as representarão na Assembleia da República. Estas eleições servem para eleger o poder legislativo, aquele que é inerente à Assembleia da República. O PM será nomeados e o Governo será formado em função dos resultados das eleições para a Assembleia da República. Como é óbvio, caberá, em 1º lugar, ao partido mais votado indicar quem será o PM e daí formar Governo, no entanto, poderá acontecer que o partido mais votado não tenha condições para governar sozinho, porque o número de deputados eleitos para a Assembleia da República respeitante aos outros partidos pode suplantar o n.º total de deputados do partido mais votado. Então, terá de se verificar se o partido mais votado tem condições para se coligar com outro partido ou se, por exemplo, todos os outros partidos se coligarão, cabendo, neste caso ao Presidente da República verificar quem tem condições para formar Governo.

As legislativas, assumem, assim, grande importância por causa destes cenários. O voto serve para termos os nossos representantes na Assembleia da República, que trabalharão, em teoria, tendo em atenção os interesses daqueles que neles votaram. Muitas vezes, é mais importante ter um n.º considerável de deputados na Assembleia da República do que ganhar as eleições e formar Governo. Daí que partidos mais pequenos como CDU, BE ou CDS lutem para terem maior n.º de deputados ao invés de lutarem para formar Governo. Estas eleições são assim um momento-chave para o futuro do país.

Domingo é dia de eleições, por isso, caros viajantes, votem, vão às urnas, apresentem as vossas queixas através do voto, digam quem pretendem que vos represente, castiguem quem acham que merece ser castigado, façam a vossa justiça, mas votem... e SEJAM FELIZES!

 

Ms. Brown às 10:59

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