Personagem de Sir Arthur Conan Doyle, o famoso Sherlock Holmes foi introduzido em 1887 na literatura policial através duma short story publicada na revista Beeton's Christmas Annual. A aventura "A Study in Scarlet" revelava um detective pautado por uma lógica dedutiva invulgar e uma capacidade anormal para ler nas entrelinhas. Com uma atitude arrogante a roçar a superioridade e com um sentido de humor acutilante, conquistou rapidamente o seu lugar nos grandes personagens da literatura mundial. O factor de sucesso: uma personalidade inigualável associada a fragilidades como o consumo de cocaína, que o aproximava do comum dos mortais.
Este "Sherlock Holmes" de Guy Ritchie tem muito pouco do detective que conhecemos mas tem muito daquilo que adoramos adorar. É um atleta dotado de uma inteligência incomparável que não perde uma oportunidade para fazer aquelas piadas que resultam sempre bem no grande ecrã e é .... físico, muito físico. No limite da sanidade, conta com Watson para manter o equilíbrio e o interesse numa Londres Vitoriana que pouco ou nada o surpreende. O novo filme do ex de Madonna é um sucesso enquanto filme de acção com laivos de época mas é uma desilusão quando às referências ao personagem original. Quando não há um "Elementar meu caro Watson.." no filme todo.... está tudo dito. É obviamente uma aposta consciente que não deixa de causar alguma estranheza ao VM mas que não desagrada. Até porque a dupla Downey Jr/Jude Law funciona na perfeição e a realização de Ritchie é impecável. Leva uns simpáticos sete boiões.
Assim à vista desarmada mal se notam as diferenças....