Algo vai mal no reino da Din... comunicação social. Desde o último trimestre que os sinais são demasiado evidentes: as tabelas de publicidade, fundamentais para qualquer meio, estão com descontos que chegam aos 80% (!!!!!), as redacções são vítimas de cortes regulares e os meios encontram-se cada vez mais centralizados em Lisboa. Não há dúvida, o sector atravessa uma profunda crise. Vejamos os factos por Grupo/Meio:
SOL - com graves dificuldades financeiras, o semanário poderá mudar de mãos em breve. O empresário e accionista Joaquim Coimbra parece apostar na entrada de capitais angolanos contra a vontade do BCP, outro dos principais accionistas. Com os media nacionais em saldo esta poderá ser apenas a primeira investida de Angola que já espreita outras áreas de negócio.
Em jeito de cereja em cima do bolo, a agência LUSA divulgou que pelo menos 181 jornalistas das redacções do Porto de vários órgãos de comunicação social perderam o emprego nos últimos cinco anos, 54 dos quais no despedimento colectivo anunciado quinta-feira pelo grupo Controlinveste. É evidente o esvaziamento das redacções do Porto, um fenómeno marcado pelo encerramento de publicações sedeadas na cidade, tais como "O Comércio do Porto".
Pior do que isso, só mesmo o concurso público avançado pela tutela que irá permitir a criação de um quinto canal televisivo generalista. O limite para a recepção de candidaturas terminou hoje, a ZON e a Telecinco (David Borges e Carlos Pinto Coelho) foram as únicas a avançar com propostas. Se em França a publicidade foi retirada dos canais públicos de forma a garantir algum oxigénio à iniciativa privada, cá no burgo deixamos entrar mais um player num mercado totalmente saturado. Só pode acabar mal...